quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Amor Acaba

Esse texto eu li quando tinha meus 13 anos, naquela fase das paixonites agudas e é um texto que desde então me fez refletir sobre os fins significarem novos começos.
Espero que gostem dele e reflitam!!

O Amor Acaba - Paulo Mendes Campos




O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Na minha cozinha - Paella

Olá!!!


Como é bom ter um blog em que posso escrever de tudo um pouco...hehehe


Hoje a minha missão é deixá-los com água na boca, modéstia à parte, cozinhar é uma de minhas especialidades!!

Minha mãe e eu estávamos no mercado e vimos um kit Paella, congelado, com ingredientes para o preparo de Paella. Por R$13,50 arriscamos a compra.

Fui investigar como é que se fazia uma Paella, receita aqui, receita ali e cheguei a um meio termo que me agradou. 

Vamos lá??

Frita cebola picada no azeite até dourar, acrescenta o alho e depois o preparado para Paella, deixando os camarões de fora. Aqui coloquei também uns pedaços de merluza que tinha na geladeira, salpiquei com um pouco de Fondor e sal e deixei reduzir um pouco a água.

Feito isso acrescentei tomates sem sementes bem picadinho e um pimentão em cubinhos pequenos. Mais um pouco de cozimento.

Secando toda a água coloquei o arroz (1 e 1/2 xícara), o açafrão, as ervilhas (daquelas de pacote congeladas), os camarões que havia reservado antes e frango que eu já tinha refogado congelado, acrescentei água, acertei o sal e deixei cozinhar, ficou assim:



Feito isso tampei a panela, deixei ferver e baixei o fogo. Coisa de uns 20/25 minutos o arroz cozinhou. Antes de servir reguei com bastante azeite! Faltaram os lagostins para decorar...masssss....na próxima com certeza colocarei!!

Agora os deixo com as fotos e com a água na boca. Garanto que vale a pena fazer esse prato que ficou maravilhoso!!!





Beijos e bom apetite!!